quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

O VERDADEIRO AMOR

A séculos temos ouvido falar muito sobre o amor, poetas, escritores, dramaturgos, teólogos, cineastas, muitos contribuíram com diversidades de teorias elaboradas em função de destrinchar o amor.
Muito já foi dito sobre esse sentimento nobilíssimo que é o amor.Eu por impetuosidade, como um bom mineiro, quero dar minha singela contribuição, sem querer ser presunçoso, pois não sou especialista no assunto, mas veremos o que posso fazer.
Vale lembrar que Deus sempre se revelou na história através de relações afetuosas e em Jesus Cristo esta revelação chega ao seu clímax.O Deus encarnado veio buscar o que havia se perdido; e o fez, procurando homens e mulheres dispostos a reconciliar com o Criador, com Aquele que é a expressão máxima do amor.Em qualquer relação cuja a base do relacionamento é o amor, não se pode falar de poder ou posições hierárquicas, pois são antagônicas ao amor, por isso Deus teve que esvaziar-se na pessoa de Jesus agora encarnado.Podemos proclamar que Deus, o maior e mais perfeito amante, tornou-se frágil ao amar, ensinando para nós, que todos aqueles que desejarem amar como Ele, igualmente devemos abrir mão da força para poder cativar o outro.É notório que Jesus, ao contrário do que se espera dos ídolos, revelou a grandeza de seu Ser não subjugando, mas suplicando, não se impondo, mas morrendo.”A fraqueza de Deus é mais forte que a fortaleza humana”-1ºCor. 1:25.
Na revelação judaico-cristã afirma-se que Deus criou o mundo com o intuito de ter uma família; e para que isso aconteça em amor, Ele dá a liberdade a nós de até recusar a sua companhia, ou seja ele criou a nós com o livre arbítrio de até mesmo recusar o próprio Criador, essa é a expressão máxima do amor Divino.Deus soberanamente decidiu construir a história fazendo parcerias; sem jamais forçar, Ele motiva homens e mulheres a concretizarem seu amor na sociedade.A desgraça humana não invalida o amor de Deus, ela só mostra o quanto o ser humano se distanciou do sensível, frágil e eterno amante.
Todo sistema ou relacionamento que oprime, que tira a liberdade de escolha das pessoas, seja ele religioso ou socioeconômico não pode jamais dizer que suas intenções são boas, pois nem Deus fez isso, olha que Ele tinha esse direito, mas não o fez.A principal evidência do amor, sempre foi e será a liberdade, uma relação onde a porta não pode ficar aberta não pode ser uma relação de amor, pois não há confiança.Por quê você acha que muitos relacionamentos entre casais acabaram indo ralo abaixo?- porque não havia liberdade, pois não havia confiança.Confiar é dar a liberdade para o outro até mesmo para errar!
Uma instituição religiosa que tira a liberdade de seus seguidores não está embasada no amor, mas sim em opressão e tirania, e opressão gera medo, e medo gera submissão cega.Por isso o termo servo de Deus não me soa bem aos ouvidos, prefiro o termo filho de Deus, pois o filho tem liberdade, mas o servo não!
No evangelho segundo escreveu João 15:15(“Já não vos chamo de servo, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor, mas tenho vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer.) Gálatas cap.4:7(“De sorte que já não és mais escravo, porém filho; e sendo filho, também herdeiro por Deus.) Sabe o que eu aprendo com isso?
Se você não compartilha de sua vida com tua esposa, ela não é tua amiga, mas sim sua escrava!
Todo relacionamento onde um subjuga o outro é um relacionamento opressor, não há espaço para o amor, pois o amor divide espaço com a liberdade, não com a opressão.
O meu Jesus nunca gostou de encabrestar ninguém,(João 8:36 ”Se, pois o filho vos libertar, verdadeiramente sereis livre.”)
Jesus sempre trabalhou com a liberdade plena e consciente, sempre soube deixar as portas abertas nos relacionamentos de amor estabelecidos por Ele.Em João 10:9 (” Eu sou a porta.Se alguém entra por mim, será salvo; entrará, e sairá, e achará pastagem).Ele nunca quis firmar nem um relacionamento que subjugasse o outro a nada que o mesmo não quisesse, sempre nos deu liberdade plena de escolha, pois seu relacionamento sempre foi de amor.
A uma passagem bíblica que muito me encanta, está em Lucas 15, é a parábola do filho pródigo.
Sabe o que é mais encantador nessa parábola?
Não é a volta do filho, e nem o perdão do pai !
É a partida, sob o consentimento do pai que não abre a boca em nem um momento para recriminar-lo de nada que pudesse dar errado no seu futuro incerto e duvidoso.O relacionamento daquele pai era de amor, por isso ele deveria deixar a porta aberta para o filho partir, embora isso lhe causasse dor.
Faço das palavra do poeta as minhas palavras:
Amar é abrir a porta da gaiola, quando você poderia não o fazer!

Carpe Diem

João Batista(A.D.Tietê)