Envelhecer pode ser muito
bom, quando podemos olhar para trás, sem a preocupação de estarmos deixando um
rastro de injustiça, quando não carregamos em nossas mochilas da vida,
sentimentos como, mágoa, ressentimento, frustação e remorso, envelhecer, é tornarmos
melhores com o passar dos anos, assim como o bom vinho, leva-se tempo, mas vale
a pena saboreá-lo mais tarde.
Conto meus dias de vida,
assustado descubro que o tempo que me falta viver, é menor do que já vivi até agora.
Aprendi que preciso ser
amigo do tempo, aprendi a render-me a ele, pois não quero ir contra o que foge
ao meu controle.
Eu vivi a adolescência com
receio de entrar na casa dos 40, hoje com 45, descubro que a melhor idade é a
que vivemos intensamente, mas também de forma responsável, pois afinal não estamos
sozinhos no mundo.
Minha adolescência foi
marcada por um período de enfermidade que durou dez anos, tirou-me parte dela, muitas
das vezes perguntei a Deus, por quê eu tinha nascido?
Só mais tarde pude
entender o porque de tudo aquilo, descobri que o sofrimento é a melhor
ferramenta nas mãos de Deus, quando se trata de aferir a alma do homem.
Descobri com o passar dos
tempos, que Deus separa aqueles a qual Ele quer usar, muito tempo antes, para
que de tempo de prepara-los, de acordo com a sua necessidade.
Descobri na Bíblia
sagrada, motivos para não queixar-me do sofrimento, quando li no livro de Deuteronômio
cap. 8:2 ” E te lembrarás de todo o
caminho pelo qual o Senhor teu Deus te guiou no deserto estes quarenta anos,
para te humilhar, e te tentar, para saber o que estava no teu coração, se
guardarias os seus mandamentos, ou não.E te humilhou, e te deixou ter fome, e
te sustentou com o maná, que tu não conheceste, nem teus pais o conheceram:
para te dar a entender que o homem não viverá só de pão, mas que de tudo o que
sai da boca do Senhor viverá o homem.”
É maravilhoso avançarmos
em idade, com a certeza, de que o Criador não se esqueceu de nos moldar, para
as adversidades da vida. Hoje vejo que muitas de nossas preocupações de adolescentes,
não passam de imaturidades, de simples medo do improvável desafio de viver.
O amanhã já não
me assusta mais, e o “bicho papão”, já não é tão feio como na infância, os anos
que vivemos, servem de estacas, que demarcamos a cada espaço, alcançado na
jornada da vida.
Descobri nesses 45
anos, que não existe nenhum caminho que nos leva até a felicidade, pois a
felicidade é o próprio caminho. Descobri também, no decorrer do tempo, que não devemos
delegar a ninguém a responsabilidade da nossa felicidade, pois felicidade é um
projeto pessoal e individual...
João B. Carpe
Diem.
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